O Pedigree se torna duvidoso.
A propriedade de se fazer gostar, escassa.
O gosto refinado, passa a ser impreciso.
A maneira de falar, ludibriosa.
O jeito de olhar, enganoso
O beijo, deixa sabor de desconfiança.
O abraço, causa amargura.
As carícias, trazem intenso desgosto.
Os contatos não feitos, trazem angustia.
As piadas fora de hora, causam desapontamento.
As insatisfações sexuais, corriqueiras.
Como pode algo ser tão rejeitado e tão amado?
As loucuras cometidas, presentes.
Os desejos insatisfeitos, ardentes.
Os beijos fora de hora, instigantes.
A carícia na hora do amor, eternizantes.
A mão por baixo da saia, tentadora.
O enroscado de pernas, alucinante.
O entra e sai de amor, agonizante.
O Urro do Urso, estonteante.
As palavras na hora do gozo, enlouquecedoras.
O aperto nas ancas, avassalador.
O descanso depois do amor, gratificante.
Como pode algo ser tão rejeitado e tão amado?
Se queremos encontrar a paz,
primeiro precisamos nos ensinar a ficar quietos
para então nos tornarmos pacíficos.
Tornar-se pacífico é segurar as rédeas da mente descontrolada
e interromper os pensamentos incessantes.
Uma vez que temos a atenção da mente,
podemos começar a persuadi-la a nos levar ao silêncio,
um silêncio verdadeiro.
Não um lugar sem som,
mas um lugar onde possamos experimentar um senso profundo de paz
e uma consciência penetrante do nosso bem-estar.
Durante muito tempo fiz parte desta empresa que acabou por se tornar minha casa. É doloroso dizer adeus para colegas que são como família para mim, mas a vida é feita de constantes mudanças e, por vezes, não as podemos evitar.
Hoje saio de cabeça erguida e com uma forte sensação de dever cumprido. Dei tudo o que podia e sabia, conquistei muitos objetivos, mas o melhor de tudo é ir embora sabendo que levarei vocês no meu coração.
A despedida é sempre a parte mais triste de qualquer mudança, de qualquer partida! Vou embora, meus amigos, chegou a hora! Dói bastante ficar separado de todos vocês, mas a vida obriga a transformações.
É assim que se conseguem atingir metas, sonhos e objetivos. Na verdade, é difícil sair da zona de conforto onde tudo está em seu devido lugar e nos sentimos em casa. Acontece que minha missão é continuar meu caminho numa estrada que fica distante do trilho de vocês!
Tenho certeza que nossa amizade vai continuar, independentemente da distância que vai separar nossos abraços. Em breve eu regresso para matar a saudade que já estou sentindo de todos vocês!
Estou indo embora. Não há mais lugar para mim. Eu sou o trema. Você pode nunca ter reparado em mim, mas eu estava sempre ali, na Anhangüera, nos aqüíferos, nas lingüiças e seus trocadilhos por mais de quatrocentos e cinqüentas anos.
Mas os tempos mudaram. Inventaram uma tal de reforma ortográfica e eu simplesmente tô fora. Fui expulso pra sempre do dicionário. Seus ingratos! Isso é uma delinqüência de lingüistas grandiloqüentes!...
O resto dos pontos e o alfabeto não me deram o menor apoio... A letra U se disse aliviada porque vou finalmente sair de cima dela. O dois pontos disse que sou um preguiçoso que trabalha deitado enquanto ele fica em pé.
Até o cedilha foi a favor da minha expulsão, aquele Ç cagão que fica se passando por S e nunca tem coragem de iniciar uma palavra. E também tem aquele obeso do O e o anoréxico do I. Desesperado, tentei chamar o ponto final pra trabalharmos juntos, fazendo um bico de reticências, mas ele negou, sempre encerrando logo todas as discussões. Será que se deixar um topete moicano posso me passar por aspas?... A verdade é que estou fora de moda. Quem está na moda são os estrangeiros, é o K e o W, Kkk pra cá, www pra lá.
Até o jogo da velha, que ninguém nunca ligou, virou celebridade nesse tal de Twitter, que aliás, deveria se chamar TÜITER. Chega de argüição, mas estejam certos, seus moderninhos: haverá conseqüências! Chega de piadinhas dizendo que estou tremendo de medo. Tudo bem, vou-me embora da língua portuguesa. Foi bom enquanto durou. Vou para o alemão, lá eles adoram os tremas. E um dia vocês sentirão saudades. E não vão agüentar!...
Nós nos veremos nos livros antigos. Saio da língua para entrar na história.
Adeus,
Trema.