Inspirado na obra de Schopenhauer (1788-1860)

A fábula se passa na Era Glacial, em um tempo remoto, quando diversas espécies animais foram extintas. Uma manada de porcos-espinhos, sentindo-se prestes a congelar, decide se unir para sobreviver.

Aquecendo-se uns aos outros e trocando energia, os porcos-espinhos ficavam cada vez mais fortes, mas a proximidade excessiva acabava expondo-os às feridas dos espinhos, e assim eles se machucavam e se magoavam. Juntos, estavam quentinhos, porém sangrando:

"Aqueles que mais amavam,
Aqueles que mais sofriam".

Não suportando os ferimentos, eles se afastaram. Cada um em seu canto, acabaram por morrer. Os sobreviventes voltaram e tiveram que aprender a respeitar os limites:

"Mantinham pouca distância,
Apenas suficiente,
Somente para tornar
O próprio corpo mais quente".

Assim venceram o inverno, aprendendo que estar juntos é fundamental, mas também que a individualidade deve ser preservada.

É fácil trocar palavras, difícil é interpretar o silêncio!
É fácil caminhar lado a lado, difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto, difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos, difícil é reter o calor!
É fácil conviver com pessoas, difícil é formar uma equipe!

Para sermos uma equipe, "precisamos descobrir a alegria de conviver"
(Carlos Drummond de Andrade)

Coloridas ilustrações conduzem a história, ambientando o drama dos porcos-espinhos em cenários que remetem a jogos e brincadeiras diversos: pipa, dados, bola, quebra-cabeças, cartas, dominó, amarelinha, xadrez, roda. Afinal, a vida é também um jogo, e para saber jogar é preciso aprender as lições da convivência e dos limites.

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