Muita gente acha que é difícil começar uma caminhada. Pessoalmente penso diferente.
Para mim, mas difícil que iniciar é continuar... De começos o mundo está cheio: os que começam um casamento, os que começam a abandonar um vício, os que iniciam o aprendizado de uma língua e por ai vai.
Ir em frente é mais complicado. Exige persistência e muita força de vontade.
Requer que nós olhemos para trás com sentimento de satisfação pela experiência adquirida e não com remorso ou sensação de arrependimento. Que nós tenhamos sonhos, mas que não vivamos de sonhos. Que choremos, mas não deixemos as lágrimas turvarem nossa visão.
Que escutemos os outros, mas que não desistamos de fazer o que julguemos certo, por causa deles.
Tudo isso de tão simples parece coisa de criança. E é mesmo!
Antes de aprendermos a andar precisamos: cair muitas vezes, nos machucar, chorar, ser motivo de riso, e nem por isso tudo desistimos ou deixamos de levantar.
Nisso temos muito que aprender com as crianças. Elas "sabem" que antes de dar os primeiros passos, é preciso ficar de pé, e antes disso é preciso engatinhar.
Que precisamos das pessoas para servir de apoio, mas, que elas não são bengalas e nós não somos aleijados. Se todas as pessoas soubessem disso teríamos bem menos fracassados no mundo.
Gente que poderia atingir grandes coisas, mas que desiste no meio do caminho.
Diante disso só temos a agradecer a predisposição para certos aprendizados na infância.
Se fosse o contrário, muita gente hoje estaria numa cadeira de rodas.
Marcos Lima e Ronaldo Oliveira
O seu tempo é mágico.
Bruxas, fadas, duendes
povoam seus sonhos.
Na sua realidade
os brinquedos ganham vida
e tanta fantasia, às vezes espanta,
nos encanta.
De seu sorriso puro,
de sua ingenuidade,
a mentira não faz parte.
Você não tem vergonha
de extravasar sua sensibilidade.
Brinca,
pula,
grita,
chora,
reclama,
abraça,
faz graça,
não guarda rancor.
Não entende a dor,
o abandono,
pois você é amor.
Sonhe, criança!
Cresça,
mostre ao homem
que sua lição de verdade
pode conduzir à Fraternidade
Feliz Dia das Crianças
Um dia uma criança chegou diante de um pensador e perguntou-lhe:
- Que tamanho tem o universo?
Acariciando a cabeça da criança, ele olhou para o infinito e respondeu:
- O universo tem o tamanho do seu mundo.
Perturbada, ela novamente indagou:
- Que tamanho tem meu mundo?
O pensador respondeu:
- Tem o tamanho dos seus sonhos. Se seus sonhos são pequenos, sua visão será pequena, suas metas serão limitadas, seus alvos serão diminutos, sua estrada será estreita, sua capacidade de suportar as tormentas será frágil. Os sonhos regam a existência com sentido. Se seus sonhos são frágeis, sua comida não terá sabor, suas primaveras não terão flores, suas manhãs não terão orvalho, sua emoção não terá romances. A presença dos sonhos transforma os miseráveis em reis, faz dos idosos, jovens, e a ausência deles transforma milionários em mendigos faz dos jovens idosos. Os sonhos trazem saúde para a emoção, equipam o frágil para ser autor da sua história, fazem os tímidos terem golpes de ousadia e os derrotados serem construtores de oportunidades. Sonhe!
Augusto Cury
Um pássaro, mesmo sabendo voar, às vezes fere uma asa e precisa andar até a asa se recuperar para que o céu volte a ganhar.
Uma árvore, mesmo sem sair do lugar, às vezes tem um galho rompido pelo vento e precisa esperar para que em breve possa voltar a florescer.
Uma bailarina, mesmo sabendo rodopiar e saltar, às vezes tem um pezinho magoado e precisa por um tempo as sapatilhas aposentar.
Uma criança, mesmo tendo toda a energia, às vezes precisa parar para poder as baterias recarregar.
Há horas em que é preciso parar um pouquinho para se recuperar, é preciso ter paciência para reflorescer, e voltar a pular e rodopiar.
Desejo a você as melhoras e que logo, logo possa voltar a correr e brincar livremente! Fique bem!
Uma semana abençoada para todos!
Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso voo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...
Mário Quintana
Quando criança, por causa de meu caráter impulsivo, tinha raiva a menor provocação. Na maioria das vezes, depois de um desses incidentes me sentia envergonhado e me esforçava por consolar a quem tinha magoado.
Um dia, meu professor me viu pedindo desculpas depois de uma explosão de raiva. Me entregou uma folha de papel lisa e me disse:
- Amasse-a!
- Com medo, obedeci e fiz com ela uma bolinha.
- Agora - voltou a dizer-me - deixe-a como estava antes.
É óbvio que não pude deixá-la como antes. Por mais que tentei, o papel ficou cheio de pregas.
Então, disse-me o professor:
- O coração das pessoas é como esse papel... A impressão que neles deixamos será tão difícil de apagar como esses amassados.
Assim aprendi a ser mais compreensivo e mais paciente. Quando sinto vontade de estourar lembro deste papel amassado. A impressão que deixamos nas pessoas é impossível de apagar.
Quando magoamos com nossas ações ou com nossas palavras, logo queremos consertar o erro, mas é tarde demais.
Alguém disse, certa vez: "Fale quando tuas palavras sejam tão suaves como o silêncio". Como uma folha.
Pense nisso!
Existiu um lenhador viúvo que acordava ás 6 da manhã e trabalhava o dia inteiro cortando lenha, e só parava tarde da noite.
Ele tinha um filho lindo, de poucos meses e uma raposa, sua amiga, tratada como bicho de estimação e de sua total confiança.
Todos os dias o lenhador ia trabalhar e
deixava a raposa cuidando de seu filho.
Todas as noites ao retornar do trabalho, a raposa ficava feliz com a sua chegada.
Os vizinhos do lenhador alertavam que a
raposa era um bicho, um animal selvagem,
e portanto, não era confiável.
Quando ela sentisse fome comeria a criança.
O lenhador sempre retrucando com os vizinhos e falava que isso era uma
grande bobagem.
A raposa era sua amiga e jamais faria isso.
Os vizinhos insistiam:
- "Lenhador abra os olhos! A raposa vai
comer seu filho."
- "Quando sentir fome, comerá seu filho!"
Um dia o lenhador muito exausto do trabalho e muito cansado desses comentários ao chegar em casa viu a raposa sorrindo como sempre e sua boca totalmente ensanguentada...
O lenhador suou frio e sem pensar duas vezes acertou o machado na cabeça da raposa...
Ao entrar no quarto desesperado, encontrou seu filho no berço dormindo tranquilamente e ao lado do berço uma cobra morta...
O lenhador enterrou o machado e a raposa juntos.
Se você confia em alguém, não importa o que os outros pensem a respeito, siga sempre o seu caminho e não se deixe influenciar... e principalmente não tome decisões precipitadas...
Desejo reter em minha memória a sua lembrança.
Cada sorriso que iluminava meu olhar.
Cada olhar que preenchia cada vazio de meu coração.
Cada toque que exasperava minha alma
com a suavidade de uma brisa
e as consequências devastadoras de um furacão.
Tocar suas mãos...
era ter a segurança do mais corajoso exército,
que também derrocava.
Derrotas que se tornavam vitórias
no aconchego acolhedor de teu abraço,
quando então voltava a ser criança aflita,
até que o beijo comburente de tua boca,
mais uma vez,
resgatasse a mulher em mim.
Nenhum átomo de meu corpo ousava manter-se inerte
a pirotecnia que fazia esplendor em meu ser,
quando nossas luzes coalesciam
e iluminavam, e dilatavam, e estremeciam,
e contraiam e vibravam
cada ínfimo espaço desse infinito universo.
Em meu âmago guardo tua lembrança,
que nunca hei de esquecer!
São tantas horas,
Poucos segundos para se viver.
Muito sonho, muito desejo;
Pouca realidade, pouca dádiva.
O tempo passa, a idade voa,
A gente envelhece,
Às vezes esquece que foi criança
E que a vida pouco se aproveitou.
Esqueceu de ser jovem,
Sabendo que a idade voa.
Eles sabem:
Era uma vez uma adolescência.
"O caminho do inferno está pavimentado de boas intenções."
"Quanto menos comes, bebes, compras livros e vais ao teatro, pensas, amas, teorizas, cantas, sofres, praticas esporte, etc., mais economizas e mais cresce o teu capital. És menos, mas tens mais. Assim todas as paixões e atividades são tragadas pela cobiça."
"Os filósofos limitaram-se a interpretar o mundo de diversas maneiras; o que importa é modificá-lo."
"A religião é o suspiro da criança acabrunhada, o coração de um mundo sem coração, assim como também o espírito de uma época sem espírito. Ela é o ópio do povo."
"Os homens fazem a sua própria história, mas não o fazem como querem... a tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos."
"As ideias dominantes numa época nunca passaram das ideias da classe dominante."
"Uma ideia torna-se uma força material quando ganha as massas organizadas."
"Se o bicho da seda tecesse para ligar as duas pontas, continuando a ser uma lagarta, seria o assalariado perfeito."
"Tudo o que era sólido se desmancha no ar, tudo o que era sagrado é profanado, e as pessoas são finalmente forçadas a encarar com serenidade sua posição social e suas relações recíprocas."
"O trabalhador só se sente à vontade no seu tempo de folga, porque o seu trabalho não é voluntário, é imposto, é trabalho forçado."
"O capitalismo gera o seu próprio coveiro."
Karl Marx
Às vezes, nessas noites frias e enevoadas
Onde o silêncio nasce dos ruídos monótonos e mansos
Essa estranha visão de mulher calma
Surgindo do vazio dos meus olhos parados
Vem espiar minha imobilidade.
E ela fica horas longas, horas silenciosas
Somente movendo os olhos serenos no meu rosto
Atenta, à espera do sono que virá e me levará com ele.
Nada diz, nada pensa, apenas olha - e o seu olhar é como a luz
De uma estrela velada pela bruma.
Nada diz. Olha apenas as minhas pálpebras que descem
Mas que não vencem o olhar perdido longe.
Nada pensa. Virá e agasalhará minhas mãos frias
Se sentir frias suas mãos.
Quando a porta ranger e a cabecinha de criança
Aparecer curiosa e a voz clara chamá-la num reclamo
Ela apontará para mim pondo o dedo nos lábios
Sorrindo de um sorriso misterioso
E se irá num passo leve
Após o beijo leve e roçagante...
Eu só verei a porta que se vai fechando brandamente...
Ela terá ido, a esposa amiga, a esposa que eu nunca terei.
Vinicius de Moraes
O que adianta eu querer te amar
Se você não me quer
O que adianta te dizer que sou teu homem
Se você não quer ser minha mulher
O que adianta eu ficar na esperança
Se você diz que sou criança
O que adianta te dizer que você não sai da minha cabeça
Se você diz que sou um besta sabe o que adianta
O que adianta é que meu coração é puro, verdadeiro, e sincero
Pois ele não me engana
É você que eu quero
Pois posso sofrer
Mas não vou te esquecer
Pois posso chorar
Minha opinião não vai mudar
Pois pode vir o sol, a lua
Pode vir o que vier
Pois minha resposta está decidida
É você minha mulher
Então esqueça o passado
Pois não vale mais nada
Vamos pensar no futuro
Pois sem você não sou nada.
O meu pai é o melhor pai do mundo. Sempre deu boa assistência aos filhos.
Moderado no falar, enérgico no educar. Não tem estudo, mas passou um grande exemplo de vida.
Fazia com que os filhos tivessem respeito por ele e não temor. Não agredia nem física e nem moralmente.
Enquanto criança, os filhos viveram intensamente a infância, jamais ele roubou de nós esse direito, com palavras chulas e maliciosas.
As suas palavras de repressão, não passavam às vezes, de um simples olhar.
Estava mais pronto para ouvir do que para falar. Mas quando falava, tinha argumentos educativos em suas palavras.
A paciência sempre foi um marco na sua personalidade. Sempre sabia esperar o momento certo para corrigir.
Sabia que os filhos o entenderiam mais pela expressão do amor, do que pelos gritos, por isso era manso, tranquilo e sábio, quando queria tirar dos filhos, algo que não estava de acordo com boa educação.
Não deixou bens como herança, mas deixou exemplo que os filhos jamais esqueceram.
Este pai é o meu pai, mas poderia ser o pai de todos os filhos que não tiveram o privilégio de ter uma boa educação assim como eu.
Pintou as mãos de amarelo
Para poder saborear o mundo
Como se ele fosse um caramelo
Rodopiou vezes sem conta
À velocidade da imaginação
Rindo e sempre com os pés em ponta
Fantasiou castelos de mil cores
Habitados por lindas criaturas
E decorados com muitas flores
Abriu a boca e piscou os olhos
Estava cansada a criança
E em poucos segundos
Entregou-se a outros sonhos
De repente
Ao lembrar dos brinquedos queridos
Que ficaram esquecidos
Dentro do armário
Me bate uma saudade
Me bate uma vontade
De voltar no tempo
De voltar ao passado
Mas nada acontece
Nada parece acontecer
E eu choro
Choro como o bebê que fui
E a criança que quero voltar a ser
Não quero crescer!
Clarice Pacheco
Os nossos mais sinceros pêsames para você e sua família neste difícil momento.
Na mão de Deus, na sua mão direita,
Descansou afinal meu coração.
Do palácio encantado da Ilusão
Desci a passo e passo a escada estreita.
Como as flores mortais, com que se enfeita
A ignorância infantil, despojo vão,
Depois do Ideal e da Paixão
A forma transitória e imperfeita.
Como criança, em lôbrega jornada,
Que a mãe leva ao colo agasalhada
E atravessa, sorrindo vagamente,
Selvas, mares, areias do deserto...
Dorme o teu sono, coração liberto,
Dorme na mão de Deus eternamente!
Antero de Quental
Desde pequenina, a criança manifesta os instintos bons ou maus que traz da sua existência anterior. A estudá-los devem os pais aplicar-se. Todos os males se originam do
egoísmo e do orgulho. Espreitem, pois, os pais os menores indícios reveladores do gérmen de tais vícios e cuidem de combatê-los, sem esperar que lancem raízes profundas.
Façam como o bom jardineiro, que corta os rebentos defeituosos à medida que os vê apontar na árvore. Se deixarem se desenvolvam o egoísmo e o orgulho, não se espantem de serem mais tarde pagos com a ingratidão. Quando os pais hão feito tudo o que devem pelo adiantamento moral de seus filhos, se não alcançam êxito, não têm de que se inculpar a si mesmos e podem conservar tranquila a consciência. À amargura muito natural que então lhes advém da improdutividade de seus esforços, Deus reserva grande
e imensa consolação, na certeza de que se trata apenas de um retardamento, que concedido lhes será concluir noutra existência a obra agora começada e que um dia o filho ingrato os recompensará com seu amor.
Allan kardec
O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo.
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia, tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...
Se fosses o pedinte agoniado que estende a mão à bondade pública...
Se fosses a mãezinha infeliz, atormentada pelo choro dos filhinhos que desfalecem de fome...
Se fosses a criança que vagueia desprotegida à margem do lar...
Se fosses o pai de família, atribulado, ante a doença e a penúria que lhe devastam a casa...
Se fosses o enfermo desamparado, suplicando
remédio...
Se fosses a criatura caída em desvalimento, implorando compreensão...
Se fosses o obsidiado, carregando inomináveis suplícios interiores, para desvencilhar-se das trevas...
Se fosses o velhinho atirado às incertezas da rua...
Se fosses o necessitado que te roga socorro, decerto perceberias com mais segurança a função da fraternidade para sustento da vida.
Se estivéssemos no lado da dificuldade maior que a nossa, compreenderíamos, de imediato, o imperativo da caridade incessante e do auxílio mútuo.
Reflitamos nisso. E nós, que nos afeiçoamos a estudos diversos, com vistas à edificação da felicidade e ao aperfeiçoamento do mundo, façamos, quanto possível, semelhante exercício de compaixão.
Sou forte. Meio doce e meio ácida. Em alguns dias acho que sou fraca. E boba. Preciso de um lugar onde enfiar a cara pra esconder as lágrimas. Aí penso que não sou tão forte assim e começo a olhar pra mim. Sou forte sim, mas também choro. Sou gente. Sou humana. Sou manhosa. Sou assim. Quero que as coisas aconteçam já, logo, de uma vez. Quero que meus erros não me impeçam de continuar olhando para a frente. E quero continuar errando, pois jamais serei perfeita (ainda bem!). Tampouco quero ser comum e normal. Quero ser simplesmente eu. Quero rir, sorrir e chorar. Sentir friozinho na barriga, nó no peito, tremedeira nas pernas. Sentir que as coisas funcionam e que tenho que trocar de jeito quando insisto em algo que não dá resultado. Quero aprender e, ainda assim, continuar criança. Ficar no sol e sentir o vento gelado no nariz. Quero sentir cheiro de grama cortada e café passado. Cheiro de chuva, de flor, cheiro de vida. Aprecio as coisas simples e quero continuar descomplicando o que parece complicado. Se der pra resolver, vamos lá! Se não dá, deixa pra lá. A vida não é complicada e nem difícil, tudo depende de como a gente encara e se impõe. Quero ser eu, com minha cara azeda e absurdamente açucarada. Não quero saber tudo e nem ser racional. Quero continuar mantendo o meu cérebro no lugar onde ele se encontra: meu coração. E essa é a melhor parte de mim.
Clarissa Corrêa
Há muitos anos, quando eu trabalhava como voluntário em um hospital, eu vim a conhecer uma menininha chamada Liz que sofria de uma terrível e rara doença. A única chance de recuperação para ela parecia ser através de uma transfusão de sangue do irmão mais velho dela de apenas 5 anos que, milagrosamente tinha sobrevivido a mesma doença e parecia ter, então, desenvolvido anticorpos necessários para combatê-la.
O médico explicou toda a situação para o menino e perguntou, então, se ele aceitava doar o sangue dele para a irmã.
Eu vi ele hesitar um pouco, mas depois de uma profunda respiração ele disse:
-"Tá certo, eu topo já que é para salvá-la...".
A medida que a transfusão foi progredindo, ele estava deitado na cama ao lado da cama da irmã e sorria, assim como nós também, ao ver as bochechas dela voltarem a ter cor.
De repente, o sorriso dele desapareceu e ele empalideceu. Ele olhou para o médico e perguntou com a voz trêmula:
-"Eu vou começar a morrer logo, logo?"
Por ser tão pequeno e novo, o menino tinha interpretado mal as palavras do médico, pois ele pensou que teria que dar todo o sangue dele para salvar a irmã!
Obs.: Porque quando criança, somos capazes de grande gestos e com o passar da idade passamos a ser cada vez mais mesquinhos e arrumamos desculpas para justificarmos os nossos atos e omissões?
Por alguns instantes
Aposento meu corpo
sobre a poltrona da sala
e começo a navegar...
junto com minha mente, levo minha alma;
vou com calma,
pois não há motivos
para me apressar...
com pensamentos longe
onde vivem os monges...
lembro-me daquela criança
que é a esperança, de um dia melhor...
pela qual devíamos criar e educar
ao invés de desprezar,
e no mundo do crime
saber que ela jamais
irá se agarrar...