Estela acordou-se ainda cedo,
pulou da cama sem medo
do frio que fazia lá fora.
Os pés miúdos, descalços,
folgados dos velhos sapatos,
correram o quintal sem demora.
Estela na horta adentrou,
abriu depressa o portão,
que rangeu sem má intenção.
O portão deu-lhe bom dia,
porém sua sintonia
denotou preocupação.
Estela olhou as verduras
com muito amor e doçura,
afagando-as com as mãos.
Julgou que a alface tão crespa,
mais ficara arrepiada,
temendo o voo das vespas.
Acenou para os legumes,
que, revelando ciúme,
cobravam sua atenção.
Preocupou-se com o tomate,
julgando que a face corada,
queimara-se na madrugada.
Achegou-se à berinjela,
que, roxa, pareceu a ela
ter a cor da aflição!
Jurou que um certo duende
houvesse pintado listrinhas
no corpo da abobrinha.
Isso assim era demais!
Voltou pra casa, correndo,
nem sequer olhou pra trás.
Na sala entrou, sem demora,
pedindo à mãe, nessa hora,
de presente uma porta.
E durante a madrugada,
pelos amigos da horta,
trocou o portão pela porta.
Você está a bordo de um novo dia. Diga: bom dia, dia! Bom dia, vida! Bom dia, sensibilidade! Bom dia, fé! Bom dia, coragem! Bom dia, talento! Bom dia, trabalho! Bom dia, alegria! Bom dia,...
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