O medo e a confusão dominaram aqueles que tinham acreditado no poder do amor.
Eles, que tinham aprendido a alegria de amar o próximo com o Mestre, que se fazia próximo daqueles de quem ninguém se aproxima: dos pobres, dos doentes, das prostitutas, dos marginalizados e marginalizadas.
O chão se desfez sob seus pés, a morte os atingiu...
Estranho, porém, foi que a morte não os matou. Algo extraordinário aconteceu: os olhos dos amigos e amigas, que haviam acreditado num mundo transformado pelo amor, reconheceram o Mestre esperado e proclamaram:
Jesus é o Filho de Deus ressuscitado!
E desde então, para eles e para nós, se coloca como vitória sobre a dor, opressão e morte, a certeza da ressurreição.
Alegria, alegria, agora e para sempre. Amém!
Feliz Páscoa!
A todos vocês, que durante todo o ano me fazem reencontrar o significado de viver, apesar das múltiplas dores e dificuldades às quais a vida nos sujeita em suas rotineiras "paixões", e cujas presenças e amizade são sempre motivo de ressurreições de sentimentos puros, confortantes e iluminados.
Que não restem desse Domingo apenas inumeráveis embalagens de bombons e ovos de chocolate pela casa, mas a lição da alegria inocente das crianças; não apenas espinhas de peixe, pratos vazios, restos de fartura, mas a fé, que alimenta a alma; não apenas garrafas de vinhos intermináveis, mas a embriaguez da alegria de viver, não apenas a casa desarrumada, mas a alma pacificada pelo perdão, pelo conforto da família e dos amigos, pela certeza de que vale a pena continuar, ressuscitar das dores, acreditar na misericórdia do Pai que, na sua maneira inexplicável de responder às nossas preces, quer apenas que sejamos humanos.
BOA PÁSCOA!
É madrugada há um silêncio no ar por um instante, o soluço parou a tristeza dormiu e o pranto cessou!
Na barra do novo dia brilha sorridente o sol da alegria.
O ventre da terra contraiu-se a natureza gemeu em santo parto reuniram-se todos os átomos da força energética da vida...
O Pai é o parteiro presente anjos e mulheres o auxiliam os guardas, homens armados cochilam frágeis e inofensivos.
Poderosos: sacerdotes, Herodes, Pilatos... Com o remorso do crime no estômago, sofrem pesadelos.
O túmulo rompeu-se e a pedra rolou!
Eis que de pé, vitorioso renasce Jesus!
Do infinito parto da Natureza e do Céu ressurge livre, vencedor o Filho Amado. Ontem matado e enterrado.
Termina, enfim, a teimosia cansativa entre o homem e seu criador alguns lençóis, placentas inúteis, restos da morte que agoniza faixas manchadas do pecado vencido.
Voam pelo ar, no chão em festa, feito jardim por onde passeia sorridente o jardineiro imortal.
Tudo é surpresa e espanto tudo é certeza e encanto.
Os convidados e seguidores cantam alvíssaras Maria, a mulher símbolo suspira aliviada e segura uma lágrima feliz terá corrido rápida fazendo ponto final, no seu papel genial por ela somos benditos também, quem não diria Amém?
Enquanto os filhos da morte envergonhados, insistem em combater de boca em boca, de casa em casa, de nação em nação corre veloz a notícia feliz: "Jesus ressuscitou!"
Quem crê, saia depressa, correndo atrás de Madalena, de Pedro, de João...
A vitória será sempre da vida! E cada esforço, cada luta, cada gota de sangue derramado pela justiça não terá sido em vão...
A última palavra será: ressurreição!