Há momentos na vida em que somos pássaros. Queremos voar, mas nossas asas são curtas e não nos permitem chegar além do horizonte. O que podemos está sempre aquém do que desejamos.
Há momentos na vida em que temos longas asas. Podemos alçar extensos voos, mas nossos limites são determinados pelo peso das bagagens que a vida nos dá. São malas que atendem por diversos nomes: Bom senso, juízo, medo. Há os que se livram de seu peso e conseguem voar muito alto. Alguns atingem destinos fantásticos. muitos conhecem o sabor do desastre.
Mas há momentos na vida em que deixamos de voar. É quando nos tornamos árvores, quando nos percebemos enraizados a terra, presos no espaço e no tempo. Não nos damos conta desta mudança, que nos tira as asas e nos empresta galhos e ramos. Apenas descobrimos que somos assim. Mas quando deixamos de procurar a luz, ou desistimos de cavar em busca de energia, paramos de crescer. Mas não há árvores assim. As árvores perseguem seu destino, que é crescer e se alimentar. Assim como há pássaros que só buscam voar.
Saber o momento do voo ou o instante de se enraizar é a grande sabedoria humana. Saber viver intensamente o momento de polinizar as flores, ou o momento de deixar ao vento e a chuva que espalhem nossas sementes, eis o destino da vida.
Se você é pássaro, voe em busca de seu sonho. Se você se descobriu árvore, cresça o mais alto que puder e deixe a terra cuidar de suas sementes.
Há muito tempo, num Reino distante, havia um Rei que não acreditava na bondade de Deus. Havia, porém, um súdito que sempre o lembrava desta verdade. Em todas as situações dizia: "Meu Rei, não desanime, porque Deus é bom!"
Um dia, o Rei saiu para caçar juntamente com o seu súdito, e uma fera da floresta atacou o Rei. O súdito conseguiu matar o animal, mas não conseguiu evitar que o Rei perdesse o dedo mínimo da mão direita.
O Rei, furioso pelo que havia acontecido, e sem reconhecer ter a vida salva pelos esforços do servo, perguntou-lhe: "E agora, o que me dizes? Deus é bom? Se Deus fosse bom eu não teria perdido o meu dedo!"
O servo respondeu: "Meu Rei, apesar de tudo quero dizer lhe que Deus é bom e é o bem!"
O Rei, indignado com a resposta do súdito, mandou que fosse preso, e na cela mais escura e mais fétida do calabouço.
Após algum tempo, o Rei saiu novamente para caçar e aconteceu ele ser atacado, desta vez por uma tribo de índios que vivia na selva. Estes índios eram temidos por todos, pois sabia-se que faziam sacrifícios humanos para os seus deuses. Mal prenderam o Rei, passaram a preparar, cheios de júbilo, o ritual do sacrifício.
Quando já estava tudo pronto, e o Rei já estava diante do altar, o sacerdote indígena, ao examinar a vítima, observou furioso: "Este homem não pode ser sacrificado, pois é defeituoso, falta-lhe um dedo!"
E o Rei foi libertado. Ao voltar para o palácio, muito alegre e aliviado, libertou o seu súdito e pediu que viesse à sua presença. Ao ver o servo, abraçou-o afetuosamente, dizendo-lhe: "Meu caro, Deus foi realmente bom. Fica a saber que escapei da morte justamente porque não tinha um dos dedos. Mas, ainda tenho no meu coração uma grande dúvida: Se Deus é tão bom, por que permitiu que tu ficasses preso da maneira como ficaste... Logo tu que tanto o defendeste?"
O servo sorriu e disse: "Meu Rei, que bom foi Deus! Se eu estivesse livre e contigo nesta caçada, certamente teria sido sacrificado em teu lugar, pois não me falta dedo algum!"
Portanto, lembre-se sempre: TUDO O QUE DEUS FAZ É BOM!
Os sábios e filósofos ao longo das idades discordaram em muitas coisas, mas estão de acordo quanto à um ponto: Nós nos tornamos aquilo que pensamos.
Ralph Waldo Emerson disse, "Um homem é o que ele pensa o dia todo". O imperador romano Marcus Aurelius pôs desta forma: "A vida de um homem é o que seus pensamentos fazem dela". Na Bíblia achamos:
"Como um homem pensa no coração dele, assim é ele ". Uma tarde de domingo, um avô visitava sua família. Mais tarde, um pouco cansado, ele tira um cochilo, seu neto resolve ter um pouco de diversão colocando um pedaço de queijo de forte cheiro no bigode do avô.
Quando o avô despertou saiu do quarto reclamando sobre o quanto cheirava mal aquele quarto. Mas, por toda a casa, por onde foi passando, achava que tinha o mesmo cheiro.
Desesperadamente ele saiu da casa e se convenceu de que o mundo inteiro estava cheirando mau.
Assim é quando enchemos nossas mentes de negativismo. Tudo que experimentamos e todos que encontramos têm o cheiro que nossa mente contém.
Tentei resolver meus conflitos atingindo você, não querendo te entender, fazendo-te mais triste a cada dia.
Não parei para te ouvir quando quis me alertar, quando pegou em minhas mãos e tentou mostrar meus erros.
Fui egoísta demais para enxergar que você só queria o melhor para nós, que calou-se várias vezes para poder me ouvir.
E fui perdendo o seu amor.
Queria poder te pedir desculpas, ou melhor, queria fazer voltar o tempo e corrigir tudo, buscar novamente seus braços e poder neles chorar minha dor.
Queria apenas uma chance.
Se eu pudesse, correria até você e pediria desculpas por ter deixado você partir, por não ter sido alguém melhor em sua vida, se eu pudesse...
Agora choro só, não tenho mais suas mãos a me afagar, nem seus olhos a me observar, não tenho nada de você para me amparar.
Se eu pudesse voltar o tempo, seria mais ouvinte, mais presente, te abraçaria com mais carinho e confiaria em você no grande amor que sempre jurou ter por mim.
Se eu pudesse te pediria desculpas.
Um dia dois viajantes deram de cara com um dos animais mais perigosos daquela floresta, um urso. O primeiro se salvou escalando uma árvore, mas o outro, sabendo que não ia conseguir vencer sozinho o urso, se jogou no chão e fingiu-se de morto. O urso se aproximou dele e começou a cheirar sua orelha, mas, convencido de que estava morto, foi embora. O amigo começou a descer da árvore e perguntou:
- O que o urso estava cochichando em seu ouvido?
- Ora, ele só me disse para pensar duas vezes antes de sair por aí viajando com gente que abandona os amigos na hora do perigo.
Moral da história: A desgraça põe à prova a sinceridade e a amizade.
Esopo